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Crise encerra 30% das empresas de materiais

Publicado a 23/05/2011, 00:55 por House Work
A crise obrigou ao encerramento de cerca de 30% das empresas de comercialização de materiais de construção, disse à Lusa o secretário-geral da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), José de Matos.



"Ao nível das empresas associadas, desde que começou a crise no sector da construção em geral em 2002, registámos um encerramento próximo dos 30%", indicou José de Matos, ressalvando que ainda não existem dados oficiais. Esta associação tem actualmente 341 associados. 

Segundo José de Matos, "os dados estatísticos estão muito atrasados" e neste momento "ainda nem estão disponíveis os números de 2009" relativos a encerramentos. 

Outros dados da APCMC relativos ao último trimestre de 2010 e referentes às vendas, mostram que o sector terminou o ano em "clima de recessão", com a percentagem de empresas que registou quebras de vendas a subir para os 50%, mais 9,5 pontos percentuais do que no terceiro trimestre. 

Ainda assim, o saldo negativo nas vendas do sector, englobando armazenistas e retalhistas, foi inferior ao do trimestre anterior, descendo dos 36,1% negativos para os 34,7% negativos. 

De acordo com José de Matos a crise está ligada à "diminuição muito forte da construção nova, sobretudo da construção de habitação", mas também a uma "diminuição das obras de reabilitação". 

No entanto, segundo o secretário-geral da associação, "seria pior senão fossem os trabalhos de reabilitação das escolas que decorrem há dois anos". 

A reabilitação de edifícios ou de habitação própria é uma das áreas que poderá permitir uma recuperação do sector, mas actualmente isso ainda não acontece. 

"Estamos num período de transição e de mudança, com muitas complicações ao nível financeiro das próprias empresas de construção, dos promotores e das famílias e dos bancos", disse José de Matos. 

"Será o mercado de futuro, como é no resto da Europa do norte e do centro. É a manutenção dos edifícios, a sua renovação ou reabilitação que representam a maior parte dos trabalhos", referiu, sublinhando que em alguns casos representa 60% do mercado. 

Apesar da crise, os preços dos materiais continuam a aumentar, registando-se uma subida de 3,6% no último trimestre de 2010, comparativamente ao anterior. 



"Na nossa realidade, que é uma realidade recessiva, os preços acabam por ser determinados pelo preço das matérias primas e pela evolução dos preços nos outros países da Europa e os países do norte da Europa não têm recessão na construção", explicou. 

23 Maio 2011 | 08:06
Lusa

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