O MarketWatch fez hoje um artigo onde conclui que as cotadas portuguesas enfrentam mais turbulência pela frente. Em declarações ao portal norte-americano, António Nogueira Leite diz que Portugal dificilmente vai escapar a um pedido de ajuda e que a economia vai demorar 10 anos a recuperar. O MarketWatch, portal norte-americano especialista em mercados financeiros, publicou hoje um artigo sobre a bolsa portuguesa, concluindo que as acções nacionais enfrentam mais turbulência pela frente, devido às preocupações com a probabilidade de Portugal ter que recorrer a um pedido de ajuda da União Europeia e doFMI. No artigo hoje publicado, o MarketWatch cita vários responsáveis com presença no mercado accionista português. Entre eles António Nogueira Leite, antigo presidente da Bolsa portuguesa, que é actualmente administrador do Grupo José de Mello. O conselheiro económico do líder do PSDestima que Portugal vai ser alvo de um resgate, tal como ocorreu à Irlanda e àGrécia, sendo que o país pode precisar de 10 anos para recuperar da estagnação da economia que marcou a última década. "Problemas estruturais, Zona Euro e problemas orçamentais, em conjunto com um problema de reputação, tornam a hipótese de Portugal passar pelos pingos da chuva como muito escassa", disse Nogueira Leite. O gestor destacou que as empresas portuguesas cotadas na bolsa têm hoje uma grande parte do seu negócio fora de Portugal, depois do processo de internacionalização efectuado há alguns anos, sendo que as empresas de menor dimensão são as que apresentam maior risco, devido ao facto de estarem dependentes de financiamento bancário. "Estou num grupo onde demos ordens a todas as empresas para se internacionalizarem em 2004 e 2005", disse Nogueira Leite, destacando que "na nossa empresa de engenharia [Efacec], 80% dos lucros são oriundos do estrangeiro e que muitas empresas como a Jerónimo Martins têm lucros recorde devido à sua presença no estrangeiro". O MarketWatch falou também com os gestores dos fundos do BPI, que reconhecem uma saída de investidores estrangeiros da bolsa portuguesa desde o Verão passado. Os grandes 'players' já não estão a comprar e vender acções em Portugal", disse Sérgio Paulo Candeias, do BPI, que escolhe a Galp Energia, Jerónimo Martins e Portucelcomo as acções portuguesas preferidas. 19 Janeiro 2011 | 19:37 Jornal de Negócios Online |
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